A pesca é o ato de capturar peixes ou outros animais aquáticos, como crustáceos, moluscos, equinodermes, etc., em rios, lagos ou mares com propósitos comerciais, de subsistência, desportivos ou outros.
Há vestígios da existência de pesca em lugares arqueológicos do período do Paleolítico, há cerca de 50 mil anos atrás, sendo a pesca, juntamente com a caça, uma das primeiras profissões do homem. No Sul dos continentes africano e europeu existem pinturas rupestres com cerca de 25 000 anos representando peixes e cenas de pesca.
Depósitos de conchas e de restos de ossos conhecidos por “kitchen middens” foram encontradas no litoral um pouco por todo o mundo, tendo sido usados pelos arqueólogos para identificar locais de sedentarização de populações nos primórdios da civilização. Estes depósitos revelam já a forte utilização de bivalves na alimentação.
Ao contrário da caça e da agricultura, a pesca sofreu poucas alterações ao longo do tempo. Alguns dos utensílios, processos e métodos destinados a capturar os seres vivos aquáticos são ainda hoje os mesmos, ou muito semelhantes, aos usados há milhares de anos.
1. Pesca com redes
1.1 Cerco
Rede longa e alta largada de uma embarcação e manobrada de forma a envolver o cardume e a fechar-se sob a forma de bolsa.
Os peixes mais comuns pescados por esta arte são a sardinha e o carapau.
1.2 Arrasto
No arrasto de fundo as redes são rebocadas por uma ou duas embarcações, sendo constituídas por um corpo cónico, prolongado anteriormente por “asas” e terminando num saco onde os peixes ficam retidos. Esta arte de pesca é a mais destrutiva de toda a fauna e flora e dos leitos marinhos.
Esta arte de pesca também se faz de forma artesanal, sendo hoje usada nalgumas regiões de Portugal mais para fins turísticos, como é o caso da Arte Xávega ou Arrasto de Praia” (Fig 3 e 4).
1.3 Redes de emalhar
Consiste em redes colocadas na posição vertical, através de flutuadores e lastros, estrategicamente colocadas em zonas onde habitualmente passam os cardumes. Os peixes ficam presos (emalhados) nas redes devido ao seu próprio movimento.
O tresmalho é uma técnica semelhante, mas em que se sobrepõem três redes de malhagens. São ambas artes de pesca passivas.
1.4 Armações
Sistema de redes verticais fixas de grande extensão que intersectam as rotas migratórias do atum, sendo colocado permanentemente dentro de água e ao longo da costa, acompanhado por um conjunto de canais, barreiras e câmaras, de maneira a que o peixe consiga entrar livremente mas não consiga sair.
2. Pesca à linha
2.1 Palangre
Linha principal forte e comprida (madre) de onde pendem linhas secundarias a intervalos regulares que terminam num anzol com isco. Consoante o palangre seja de superfície ou de fundo, são utilizados respectivamente flutuadores ou lastros, para conseguir a flutuabilidade ou afundamento da arte.
Esta arte é muito utilizada para a pesca do peixe-espada preto, um peixe de profundidade.
2.2 Salto e vara
É utilizado isco vivo numa linha (sardinha, cavala, carapau, etc.), uma vara de tamanho e forma variáveis e a técnica do salto em que, quando o peixe morde o isco, é puxado para bordo com um só movimento, fazendo-o saltar.
Esta arte de pesca é utilizada desde a pesca desportiva até ao atum e outras variedades de pescado.
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